[Resenha] A Lista do Nunca

em 19 novembro 2013

Livro: A Lista do Nunca
Autora: Koethi Zan
Editora: Paralela

Sinopse:
"Depois de um acidente de carro que sofreram quando ainda tinham dez anos, Sarah e Jennifer, amigas inseparáveis, passaram anos escrevendo o que chamaram de Lista do Nunca: uma lista de ações e atitudes que deveriam ser evitadas, a qualquer custo, para que se mantivessem sãs e salvas. Numa noite, no entanto, ao entrarem em um táxi, o destino das duas garotas as levou a um lugar que certamente não considerariam nem um pouco seguro. Sequestradas por um homem frio e adepto do sadismo, elas ficam acorrentadas em um porão com mais duas garotas por três anos. Dez anos depois de conseguir fugir, Sarah ainda tenta levar uma vida normal. Seu contato com pessoas se limita ao porteiro que diariamente entrega o que ela precisa para sobreviver e à sua psicóloga, que tenta ajudá-la a enfrentar cada novo dia. Seu sequestrador, porém, está prestes a conseguir uma condicional e, mais do que preparar um belo discurso de vítima, Sarah sente que este é o momento de agir. Para isso, vai enfrentar seus terríveis traumas em busca de uma história que nunca fora revelada."


Sarah e Jennifer, amigas desde a infância aprenderam cedo que a vida pode ser cruel, que o mundo é cheio de armadilhas e que elas deviam tomar todo cuidado possível para escapar de todas as tragédias das quais podiam se envolver.
Depois de sofrerem um acidente de carro, as amigas que já eram inseparáveis se uniram ainda mais a fim de se protegerem, criando ‘a lista do nunca’ com inúmeras regras de como deveriam se comportar/o que deveriam evitar para que nunca se encontrassem em uma situação de risco outra vez.
Alguns anos depois, já na faculdade, as amigas se veem privadas de muitas coisas devidas ‘a lista do nunca’, e envolvidas pelas novas atividades do mundo acadêmico acabam se permitindo viver um pouco mais. Elas evitavam ao máximo sair do campus, mas em uma noite vão a uma festa, são sequestradas e a partir daí a vida delas nunca mais seria a mesma.
Sarah e Jennifer vão parar no porão da casa de um renomado professor, um cara aparentemente acima de qualquer suspeita, mas que acaba se mostrando um completo psicopata, sádico, capaz das mais terríveis atrocidades.  E elas não estão sozinhas, dividem o local com mais duas garotas e acabam por passar três anos presas a mercê do sequestrador.

“O cativeiro faz coisas com as pessoas. Mostra que podem ser rasteiras. Que são capazes de fazer qualquer coisa para permanecer vivas e sofrer um pouco menos do que no dia anterior.”

A história nos é contada do ponto de vista de Sarah, 13 anos após ter saído do cativeiro.
Sarah nunca se recuperou totalmente dos anos em que foi submetida às torturas de seu algoz, e mesmo com terapias e remédios, vive reclusa em seu apartamento evitando ao máximo o contato com o mundo exterior. Mas um fato vai fazer com que Sarah rompa a bolha em que  ‘se esconde’ e resolva encarar seus demônios em busca de respostas. O sequestrador, a 13 anos preso, esta prestes a conseguir uma condicional e como se isso não fosse aterrorizante o suficiente,  em seus anos de prisão ele sempre mandou cartas para Sarah e as outras meninas que mantinha no cativeiro. A princípio essas cartas são vistas como ‘sem sentido’, devaneios de um psicopata a fim de continuar torturando suas vítimas, mas Sarah passa a desconfiar que haja algo mais do que simples devaneios no conteúdo das cartas e começa então uma investigação, pois acredita que desvendando esse mistério possa conseguir algo que faça com que o sequestrador não consiga sair tão cedo da cadeia e assim, ela poderá enfim colocar um ponto final nessa história e recomeçar sua vida.

“ No meio da sala havia uma estrutura de madeira que depois descobri ser um instrumento medieval de tortura. Estava montado como se fosse um objeto de decoração, uma brincadeira. Mas não era brincadeira alguma. Quando estávamos lá em cima, éramos colocadas ali.”
  
A narrativa mistura passado e presente; ao mesmo tempo em que acompanhamos Sarah, nos dias atuais, lutando contra seus traumas e indo em busca de respostas sobre todo o mistério que cerca o sequestro, ela vai nos descrevendo passagens dos terríveis 3 anos em que ela e as outras meninas estiveram presas no porão. Em decorrência dessa narrativa, por conhecermos a história 13 anos depois , já sabemos que Sarah saiu do cativeiro, mas isso não faz com que o livro fique menos interessante, pelo contrário, a investigação de Sarah faz reavivar sua memória dos acontecimentos passados e conforme ela avança vamos vivendo todo esse sofrimento com ela em primeira mão e vemos como, mesmo da cadeia o sequestrador ainda consegue exercer um domínio significativo dentro de sua mente a ponto de submetê-la  a uma jornada que pode se mostrar muito perigosa e surpreendente.

“Fiquei calada. Sabia por experiência própria que não há nada que alguém possa dizer para ajudar nesse momento de tristeza. Você só tem que deixar a dor tomar conta, como uma onda, várias vezes, até a maré levar essa onda pra longe, lentamente, aos poucos.”
  
Como ela e as outras sobreviventes conseguiram escapar? O que trás de oculto as cartas do sequestrador? Elas ainda correm perigo? Sarah vai enfim conseguir colocar de vez um ponto final em tudo e finalmente recomeçar sua vida?
São pontos que vão prender o leitor do inicio ao fim. A história contada nesse livro poderia muito bem ser um fato real, casos como esse faz, infelizmente, parte dos noticiários pelo mundo a fora e essa semelhança torna a leitura ainda mais cruel e impactante. Um livro mais do que indicado pra quem curte emoções, reviravoltas e uma trama muito bem desenvolvida.
  

**** Resenha escrita por nossa colaboradora especial de thrillers e policiais Vivi Belon ****

4 comentários:

  1. Caraca, parece ser um livro super intenso. A sinopse e a sua resneha me atrairam bastante. Vou dar uma procurada por esse livro.

    Beijão
    Sun Rises Here

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  2. Oi Tais,

    Minha mãe ama livros...

    Beijos!

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  3. Oi Vivi, tudo bem? Caramba, eu não sabia que esse era o tema principal do livro, e só posso dizer que estou surpresa. Realmente, não tem como se recuperar totalmente ao passar por uma experiência dessas, uma parte de você sempre morre, seja sonhos, esperanças ou fé na humanidade. O livro deve ser bem intenso, vou colocar na meta de leitura.

    Beijos

    Pah, Livros & Fuxicos

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  4. Solicitei esse livro e estou esperando chegar... Achei o enredo interessante e tenho visto boas resenhas sobre ele. A curiosidade fica lá no alto, né? Espero gostar!

    Bjs,
    Kel
    www.itcultura.com.br

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